O clima político tem sido quente no
Brasil. Escândalos e mais escândalos têm sido revelados, políticos e
empresários influentes sendo investigados, então é mais do que normal que
nossas atenções estejam voltadas para estes acontecimentos. Por conta disto,
passa quase despercebida as eleições presidenciais que se aproximam na maior
potência econômica do mundo, os Estados Unidos. Vamos pensar um pouco nos
candidatos à sucessão de Barack Obama?
Bom, o primeiro ponto que precisamos observar é que
nos Estados Unidos o sistema de eleições é um pouco diferente do Brasil. Lá,
diferentemente daqui os candidatos que querem concorrer a presidência precisam
primeiro conseguir a indicação do partido. Como consequência no início da
jornada os dois principais partidos (Democrata e Republicano) tem vários
candidatos, este ano o partido Democrata (partido do presidente Obama) começou
com 6 pré-candidatos. Já o partido Republicano (partido do ex-presidente Bush)
começou com 17 pré-candidatos. Atualmente, sobraram apenas 2 pré-candidatos
Democratas e 1 Republicano, devido a desistências dos demais. São eles: Hillary
Clinton e Bernie Sanders, que disputam a nomeação democrata para a eleição e
Donald Trump, do lado republicano. Como um candidato de terceira via, fora do
eixo dos dois grandes partidos existe o nome de Gary Johnson, do Partido
Liberal. Vamos conhecer um pouco mais sobre eles?
Começamos com Bernie Sanders, o pré-candidato mais velho na
disputa, com 74 anos de idade. Porém, apesar de ser mais velho, Sanders é o
político na disputa que tem maior apoio entre os jovens americanos, este apoio
todo da juventude pode ser explicado por suas posições progressistas. Se rotula
como socialista, é senador por Vermont, um pequeno estado na costa leste dos
Estados Unidos. Foca sua campanha na distribuição de renda entre os americanos,
no aumento do salário mínimo e no fim da pena de morte. Pesam contra Sanders o
fato de ser considerado idealista pela maioria dos americanos, se eleito não
terá maioria no congresso para aprovar suas medidas. Tem baixas chances de
conseguir ser nomeado pelo partido Democrata e chances mais baixas ainda de ser
eleito presidente.
Outra Democrata é a mulher do ex-presidente Bill Clinton,
Hillary Clinton. Hillary é figurinha carimbada na política norte-americana, foi
senadora pelo estado de Nova York e secretária de estado do governo Obama. Já
tentou ser candidata à presidência dos EUA outra vez, há 8 anos atrás, porém
perdeu a indicação para Barack Obama. Se considera feminista, pode ser vista
como liberal também, mas muitos a criticam por sua demagogia excessiva. Exemplo
dessa demagogia pode ser sua posição quanto ao casamento gay, era contra, mas
se tornou a favor quando a pauta se tornou popular. Além disso é uma figura
extremamente impopular para os cidadãos norte-americanos. Pretende implementar
políticas de controle de armas e a instituição de licença-maternidade. Apesar
de todos estes contras, tem grande peso político e por isto é a favorita para
conseguir a nomeação do partido Democrata.
O único Republicano ainda na disputa é o bilionário
Donald Trump. Trump pode ser considerado o candidato mais conservador na
disputa, extremamente polêmico começou a campanha desacreditado por todos, mas
o “Trump Train” avançou e hoje ele conseguiu a nomeação do Partido Republicano.
Pesam contra Trump declarações polêmicas dele, dizendo que iria construir um
muro entre os Estados Unidos e o México e expulsar todos os muçulmanos e
imigrantes ilegais do país. Quer ainda o aumento gradual de acordo com a renda
de impostos, privatizar o sistema de saúde e proibir o aborto. Trump é
considerado um fanfarrão da política norte-americana, nos debates sempre age
com ironia e solta piadas ofensivas contra seus oponentes, porém seu
crescimento massivo na pré-campanha o colocam como favorito nas pesquisas para
suceder a Barack Obama.
Correndo por fora desta
disputa temos o candidato libertário Gary Johnson. Foi filiado ao partido
Republicano, quando ocupou o cargo de Governador do Novo México. Hoje é o
candidato do partido Libertário. Johnson propõe o estado mínimo, livre
comércio, liberação das drogas e o não intervencionismo dos Estados Unidos nos
outros países. Pesam contra ele o fato de estar fora do eixo
Republicano-Democrata, então tem bem menos visibilidade na campanha
presidencial. Conseguirá participar dos debates em rede nacional caso tenha no
mínimo 15% das intenções de votos nas pesquisas. Disputou a eleição de 2012
pelo mesmo partido que está hoje e obteve 1% dos votos válidos. É o azarão da
corrida.
Vemos que não é só por aqui que a política
está pegando fogo. As eleições norte-americanas são muito importantes para a
política mundial, visto que o presidente eleito terá o dever de conduzir a
maior potência mundial e um governo desastroso seria desastroso para o mundo
todo. É mais do que importante acompanhar a política externa. Gostou do texto?
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Igor Andrade”